Quando a gente entra na
faculdade, nos deparamos com pessoas de lugares e personalidades diferentes. Nunca
sabemos o que esperar com quem iremos nos dar bem e quais serão as desavenças.
As turmas sempre começam lotadas e à medida que os meses vão passando as
pessoas acabam sumindo. Já no quarto período do curso de publicidade, com a
turma reduzida em mais de 50%, Ricardo Lima também ameaçou abandonar o barco.
Foram muitas conversas, mas, no fim, ele decidiu pela traição. Largou
Publicidade e pulou em Jornalismo.
A ida para o lado inimigo
rendeu certas desconfianças. Ainda mais quando o víamos felizes e mais
realizados. O que tínhamos de errado? Eu comecei a entender o sentimento que
ele sentia quando eu quis ir para o lado do inimigo, já no final do curso. Mas,
ao invés de abandonar tudo, eu resolvi terminar e ingressar em Jornalismo,
assim como Ricardo.
Dono de uma personalidade
divertida, eu encontro um Ricardo, numa das poucas aulas que fazemos juntos, sério,
centrado e muito apaixonado. Namorando a colega de sala Jéssica Dumer, já há
algum tempo, ele me surpreendeu em vários aspectos.
Boa parte dessa mudança
repentina é de responsabilidade da Jéssica. Ela, muito centrada, concentrada,
transformou um “bobão” em um dos caras mais responsáveis que eu conheci. E isso
resultou numa parceria incrível dos dois. Companheirismo, amizade respeito
foram as principais características que eu notei.
Mas, o que eles não contavam
era que seriam rivais no gramado. Ele é corintiano doente e ela botafoguense
roxa. A rivalidade é constante. Em dia de jogo, não trocam uma palavra. Quando
os times se enfrentam nem se olham. E é com essa diversidade que eles se
completam ainda mais.
Pensando nisso, eu os
convidei para participarem do meu trabalho acadêmico que iria falar,
justamente, de diversidade. O projeto consiste em encontrar casais que sejam diferentes
em algum aspecto e usam disso para se tornarem ainda mais unidos. Quem melhor
do que Ricardo e Jéssica para provar que o amor é maior do que uma camisa preta
e branca?
Para maior comodidade dos envolvidos,
sugeri que o encontro fosse no condomínio dela, que era amplo e excelente para
as fotografias. Enquanto Jéssica se vestia a caráter eu arrumava minha câmera e
conversava com Ricardo, já pensando nas fotos que seriam tiradas.
A gente se divertiu bastante
tirando as fotos por todo o local. Fomos à quadra, ao balanço, ao gramado e
eles brincaram com a bola de futebol, com a mesa de pingue pongue, totó e
sinuca. Foi um trabalho em equipe e conseguimos transpor para a foto toda a
sintonia, paixão e companheirismo do casal.
Sai de lá com um sorriso no
rosto e a certeza de ter feito o melhor para conseguir tirar as fotos perfeitas.
Cumpri minha missão de tirar as fotos que retratassem bem o quanto Ricardo e
Jéssica são unidos, mesmo vestindo camisas diferentes e gritando de times,
felizes, e ao mesmo tempo:
_ Hoje o Botafogo vai
ganhar!
_ Sabe de nada, inocente.
Saí de lá certa de que há diferença, mas não pode barrar a maior de todas as forças: o amor!
Sendo assim, que convivam
(des) harmonicamente. Afinal, que seria do azul se não fosse o amarelo? Ou no
caso deles, o que seria do branco se não fosse o preto?
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